Comunica Que Muda

João Paulo Oliveira

Redes enfrentam o tabu

No período de um ano, dobraram os comentários positivos nas redes sociais, com uma maior demonstração de empatia e conscientização sobre o suicídio. Passaram de 28,8% (2017) para 57,8% em 2018. Este é o maior destaque do novo dossiê Comunica Que Muda (CQM), o segundo sobre o tema, produzido pela iniciativa digital da agência nova/sb.

O CQM analisou mais de 538 mil menções entre maio e junho de 2018. Em 2017, no mesmo período, foram analisadas 1.230.197 menções. A diferença no número de menções tem a ver com o impacto causado no ano passado pelo lançamento da série juvenil 13 Reasons Why, da Netflix e o noticiário sobre suposto jogo virtual Baleia Azul.

O levantamento mostra claramente uma mudança de percepção sobre o suicídio em um período de um ano. Em 2017, a maior parte dos comentários sobre suicídio nas redes (58,8%) foi neutra, com as pessoas evitando emitir opiniões ou se posicionar mais claramente. Em 2018, mais da metade das menções (57,8%) foi positiva, mostrando um aumento considerável da conscientização sobre o tema, no período de um ano – 26,5% ficaram neutras e 15,8% fizeram comentários negativos.

As piadas e ironias sobre suicídio caíram. Em 2017, 34,2% das menções ao tema eram piadas. Em 2018, esse número caiu para 9.3% (passando de primeiro para quarto lugar no ranking de temas monitorados), demonstrando que há mais seriedade e informações úteis nas conversas nas redes. Há o dobro de comentários se posicionando sobre o tema – de 24.4% para 51.3%.

“Neste novo levantamento, observamos um salto qualitativo, com mais comentários positivos sobre o suicídio, ou seja, pessoas discutindo suas causas. No dossiê de 2017, as abordagens que demonstravam empatia eram 28.8% e, agora em 2018, elas foram 57.8%”, revela a coordenadora do Comunica Que Muda, Beatriz Pereira.

As conversas sobre depressão também aumentaram. Em 2017 representavam apenas 7,7% das menções mas este ano tiveram um salto de 24,6%. Surgiu também o assunto de “doenças” – a associação do suicídio a questões de saúde – que alcançou 4.1% das menções.

“O que temos visto é que o aumento das discussões sobre o suicídio tanto nas redes sociais como na mídia tradicional, tem gerado um impacto social muito positivo. E reforça justamente o que a gente acredita: quanto mais informação, mais diálogo, mais gente está tentando compreender e até buscar ajuda”, reforça Beatriz Pereira. O titulo do primeiro dossiê do CQM fazia exatamente essa provocação para a sociedade: Suicídio, precisamos falar sobre.

Os depoimentos, história vivenciada pelo próprio usuário, tiveram um discreto aumento, passando de 6.3% (2017) para 8.3% (2018). Uma das conclusões do estudo é que ainda persiste uma certa dificuldade de se expor nas redes. Foi registrado uma leve queda dos relatos – quando é compartilhada a história de alguém conhecido do usuário – caíram de 5.5% para 4.4%.

Se em 2017 o suposto jogo virtual de suicídio Baleia Azul dominou boa parte das conversas, em 2018 foi mencionada apenas em 1,8% das vezes.

Por outro lado, a série 13 Reasons Why manteve sua porcentagem de buzz com a segunda temporada da série, embora com uma leve queda – passou de 26.6% em 2017 para 21.6% em 2018. O Rio de Janeiro é o estado com mais menções sobre suicídio (27,6% das menções), seguido por São Paulo (19,9%) e Minas Gerais (9,4%).

Na comparação entre os gêneros, as mulheres (79,4%) continuam sendo as que mais falam sobre o tema – eles somaram 20,6% das menções. Em 2017, 71,8% dos comentários eram delas e 28,2% deles.

Dia 10 de setembro é o #WorldSuicidePreventionDay. A data, criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), marca as ações de prevenção ao suicídio que duram todo o mês – Setembro Amarelo. Segundo a OMS, a cada 40 segundos há um suicídio no mundo. O Brasil é o 8º país em número de suicídios.

A maconha é pop

Estudo realizado pelo Comunica Que Muda (CQM) mostra que na internet a maconha é popular, defendida mais pelas mulheres (73,8%) e o assunto “pega fogo” no Rio de Janeiro (34%), seguido por São Paulo (18,5%). Entre os dias 12 de março e 8 de abril foram analisadas 555.280 menções nas rede.

Desses comentários, 72% são favoráveis, 14% contra e 14% neutros. O tema é compartilhado por 59,6%, embora poucas pessoas comentem sobre suas próprias experiências. Dos que falam sobre maconha nas redes, mais de ¼ assumem publicamente que usam a erva de forma recreativa (28,1%). As mulheres escrevem mais o tema do que os homens: 56% contra 44%. Entre elas, 73,8% são a favor. Já entre eles são favoráveis 63,9%.

Apesar da grande discussão nas redes, a cannabis ainda é tratada de forma superficial. Existe pouca discussão sobre guerra às drogas, descriminalização e uso medicinal. Do total de menções sobre a erva, apenas 4,5% falam da batalha contra entorpecentes. Desses, 65% são contrários à forma como se combate às drogas, 29% são a favor e 6% neutros. Com relação à legalização, 84,6% são a favor, 14% contrários e 4,1% neutros

Nas postagens, 98,6% comentam sobre o uso recreativo e somente 1,4% sobre a utilização medicinal. Desses, 91,7% apóiam a maconha medicinal, 8,3% são neutros e ninguém é contrário.

Dossiê das Intolerâncias nas Redes 2017

O Comunica que Muda (CQM) mergulhou novamente na internet e lança agora o segundo Dossiê das Intolerâncias nas Redes. Foram monitorados os meses de julho a setembro de 2017, classificando os comentários a partir de dez tipos diferentes de intolerância: em relação à aparência das pessoas, às classes sociais, às deficiências, homofobia, misoginia, política, idade/geração, racismo, religião e xenofobia. A primeira edição monitorou também três meses, um ano antes.

Foram capturadas cerca de 220 mil menções sobre os tipos de intolerância pesquisados. Em 2016 foram mais de 500 mil registradas. A grande diferença neste espaço de 12 meses ficou por conta da intolerância política, maioria na primeira edição – mais de 273 mil –, mas que sofreu uma queda brusca este ano, caindo para 26 mil, o que sugere cansaço para o debate político em boa parte dos internautas.

Entre os destaques, a intolerância com maior número de comentários foi a com relação à deficiência, com 45.873 menções, sendo 90,1% negativas. Não que haja intolerância propriamente com as pessoas que têm deficiência, mas os internautas usam termos como “demente”, “retardado” e “débil mental” para atacar. Outros tipos de intolerância com porcentagens altas de postagens negativas foram sobre idade/geração (98,4%) e religião (91,2%). Somando todo o monitoramento, 77% das menções foram consideradas negativas e apenas 14,4% positivas.

Por outro lado, alguns tipos de intolerância apresentaram melhoras consideráveis em seus índices, ainda que a maior parte das menções continue negativa. Foi o caso, por exemplo, da homofobia, em que os comentários negativos passaram de 93,9% no primeiro estudo para 59,5%, em 2017. Outros destaques foram o preconceito sobre classe social, com as menções negativas passando de 94,8% para 61,2%, e a xenofobia, de 84,8% para 50,3%.

O documento traça um ótimo panorama de como ocorre o discurso de ódio na internet brasileira, uma ferramenta fundamental para entender a intolerância nas redes sociais.

2016 x 2017

Realizado nos meses de julho a setembro de 2017, por meio da plataforma Torabit, foram capturadas e analisadas 215.907 menções. A grande maioria das postagens captadas é do Twitter, que representa mais de 98% do levantamento. O Instagram é a rede que vem na sequência, com 1,5%. Vale destacar que a maioria dos dados do Facebook não são públicos, o que impede que boa parte dos comentários seja captada.

A maior diferença com relação ao primeiro dossiê – e que ajuda a explicar a queda no número total de menções captadas – ocorreu com o tema intolerância política. Em 2016 foram mais de 273 mil comentários, enquanto em 2017 esse número caiu para 26 mil. Muito dessa queda tem relação direta com o momento político do período analisado, já que no primeiro levantamento o impeachment da presidente Dilma Rousseff estava em seu ápice.

Assim, em 2017, o tipo de intolerância que obteve o maior número de comentários foi relacionado às pessoas com deficiência, com mais de 46 mil, seguida por classe social, misoginia e homofobia.

Além de separados por tipo de intolerância, os comentários captados foram classificados como negativos (quando eram preconceituosos ou reforçavam discursos de ódio), positivos (quando combatiam a intolerância) e, e neutros (quando não apresentavam um posicionamento claro de quem postava). E o resultado, embora um pouco melhor que em 2016, ainda assusta: 77% das menções foram consideradas negativas, contra 84% no primeiro dossiê.

“Queremos reforçar o poder transformador da comunicação. A intolerância nas redes é resultado de preconceitos da sociedade. Não é uma invenção da internet. O fato de se estar atrás de uma tela de computador, além de um pretenso anonimato, acaba incentivando os discursos de ódio nas redes”, explica Bia Pereira, coordenadora-geral do Comunica Que Muda.

A escalada do suicídio no Brasil e no mundo

Por que precisamos falar sobre?

Pouco se fala sobre o suicídio. Há tabus e mais tabus que impedem que ele seja abertamente discutido e, assim, melhor enfrentado tanto do ponto de vista social quanto individual. Um suicídio acontece no mundo a cada 40 segundos. São quase 800 mil vítimas por ano. Para cada caso, são pelo menos outras 20 tentativas. Ou seja, quase 20 milhões de pessoas podem não conseguir se matar, mas tentam. E, talvez, o número mais impactante: de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos suicídios poderiam ser evitados.

Dados como esses mostram como o suicídio é uma questão urgente em nossa sociedade. Só para se ter uma ideia da proporção do problema, essa é, segundo a OMS, a segunda maior causa de mortes evitáveis de jovens em todo o mundo, atrás apenas de acidentes de trânsito, e superando as vítimas de HIV ou da violência.

No Brasil, 32 pessoas tiram a própria vida por dia, ou uma a cada 45 minutos, o que faz de nós o oitavo país com mais suicídios do mundo. Em uma sala com 30 pessoas, é provável que cinco delas já tenham pensado nisso.

Especificamente no caso brasileiro, o panorama tem se tornado mais grave nos últimos anos. Isso porque, se em alguns dos países com maior incidência de suicídio do mundo a taxa está estável, por aqui ela tem crescido. De acordo com o Mapa da Violência, entre 2002 e 2012, o total de suicídios passou de 7.726 para 10.321, um aumento de 33,6%, o triplo da taxa de crescimento da população, que ficou em 11,1%. A taxa é de 5,3 casos para cada 100 mil habitantes. O índice também fica acima do aumento nas taxas das outras principais formas de mortes violentas no mesmo período, como homicídios (2,1%) e acidentes de trânsito (24,5%).

Por acreditar que a única maneira de se alterar esse cenário é através do diálogo aberto, acabando com um tabu que evita que o assunto seja tratado da maneira como deveria, o Comunica que Muda foi a fundo no tema, buscando entender o que e como as pessoas falam sobre suicídio nas redes sociais que resultou em um dossiê inédito.

Produzido nos meses de abril e maio de 2017, o monitoramento, realizado via plataforma Torabit, é um levantamento completo sobre como o assunto é abordado na internet, buscando entender como isso pode influenciar na questão do suicídio. Foram capturadas 1.230.197 menções nas redes.

Destaque principalmente para a discussão que se criou em torno das notícias sobre o crime virtual da Baleia Azul e a estreia da série 13 Reasons Why (Os 13 Porquês, em tradução livre) no Netflix, o que movimentou as redes e promoveu o debate sobre o tema. Outros assuntos alcançaram uma quantidade de menções bem menor, mostrando como esses dois temas monopolizaram o debate sobre suicídio no período.

No geral, o tema do suicídio na internet é mais periférico, restrito a poucos grupos de conexões, nos quais não se destacam nenhum grande influenciador, com o assunto sendo tratado principalmente de maneira mais genérica, sem grande conscientização. Entretanto, ao se analisar especificamente a repercussão de Os 13 Porquês e da Baleia Azul, percebe-se que existiram muito mais interconexões entre os usuários, com o surgimento de grandes influenciadores nos temas, mostrando como o debate foi amplificado no período do monitoramento.

A maior parte dos comentários foi neutra, quando não há um posicionamento claro na postagem, com 52,8% do total. As menções positivas, quando a pessoa demonstrou uma conscientização sobre o tema, somaram 28,8%. Já as negativas, que são mensagens preconceituosas, que reforçam o tabu, incentivam o suicídio ou demonstram falta de conscientização, ficaram com 18,4% do total – ou seja, quase 20% das pessoas que tratam do assunto suicídio o reforçam de forma negativa. A maior parte de comentários neutros também ajuda a mostrar como a discussão sobre o tema continua muito superficial.

No mês de abril, enquanto o tema ainda estava mais “quente”, pela estreia da série e o início da viralização de notícias sobre a Baleia Azul, a maior parte dos comentários foi de citações e compartilhamentos (31,5%), seguidos por opiniões (28,3%). Por outro lado, em maio, com a diminuição da discussão, a maioria das menções foi de piadas, apesar da seriedade do tema, com 44,5%. Somando os dois períodos, as piadas ficaram na frente, com 34,2% do total, enquanto as opiniões cravaram 24,4% do total.

Também é interessante notar que os relatos pessoais, que mostram as pessoas que postaram algo que as relacionava diretamente com o suicídio, representaram apenas 6,3% de todas as menções. Ou seja, a maior parte do monitoramento foi de pessoas falando sobre o suicídio, mas de uma maneira impessoal.

 

Dossiê Lixo no Brasil

Um gigante e quase ignorado

Rios completamente poluídos; a vida marinha ameaçada; verdadeiros lixões a céu aberto, contaminando solo e água; e até mesmo o deslizamento de uma montanha de lixo, resultando em mais de 100 mortes e desabrigados na Etiópia. Aparentemente, seguindo o mesmo ritmo, em pouco tempo não haverá mais espaço na Terra para o tanto de resíduos que produzimos.

Não restam dúvidas quanto à relevância da questão, com a necessidade urgente de uma redução profunda em nossa produção de lixo, além de alterações drásticas em nossos sistemas de coleta e reciclagem. Entretanto, será que a maior parte das pessoas tem a verdadeira noção da gravidade do problema? E as pessoas que têm, o que fazem para mudar? Será que essa questão tem gerado um debate adequado e qualificado em nossa sociedade?

Para responder a essas e outras questões, o Comunica que Muda mergulhou nas redes sociais por três meses, com o objetivo de analisar como os brasileiros veem o problema do lixo, e como isso os afeta. Foram analisadas mais de 125 mil menções, nos meses de dezembro de 2016, janeiro e fevereiro de 2017. Um levantamento completo que mostra em que pé está esse debate nas redes sociais do Brasil.

Como resultado, ficou claro que ​é quase impossível alguém declarar que o lixo não é um problema. Até porque, há um consenso de que a poluição e a degradação do meio ambiente são ruins. Entretanto, a conscientização sobre essa questão ainda está longe do ideal, principalmente no sentido de um debate mais profundo.

Dados do monitoramento mostram que a maior parte das menções, cerca de 53%, foi neutra, sem um juízo de valor sobre a questão. Já os comentários positivos, quando as pessoas reconhecem ou relatam problemas gerados pelo lixo, somaram 46%. Por fim, as menções negativas, ou quando alguém desconsidera o lixo como um problema importante, atingiram menos de 1% do total, até porque é muito difícil que alguém torne público esse posicionamento.

O alto número de menções neutras é justificado pela grande quantidade de compartilhamentos (26%), notícias (24%) e piadas (16%), com a maior parte dos comentários não expressando um posicionamento claro de quem está postando. As opiniões e relatos, quando alguém se posiciona ou conta uma situação que viveu, somaram pouco mais de 33% do total de menções.

Além disso, a maior parte das pessoas só dá a devida atenção a algum problema quando ela é diretamente atingida. Assim, alagamento foi o tema mais comentado, com 48% do total de problemas citados. Lixo na praia (25%), muito por conta do réveillon e do período de férias de verão, e lixo na rua (16%), também tiveram destaque.

Por outro lado, quando se trata de um problema mais distante, com o qual as pessoas não têm um contato direto, mesmo sendo afetadas, o número de comentários é muito menor. Por exemplo, os lixões, quando o termo não é usado como piada, apareceram em apenas 2,5% das menções, e com uma predominância de compartilhamentos de notícias. Já no monitoramento sobre reciclagem, o termo “coleta seletiva”, fundamental para ações de reciclagem com grande impacto, aparece em apenas 4,7% dos comentários. Confira na íntegra aqui.

Dossiê Mobilidade

O ComunicaQueMuda (CQM), uma iniciativa de comunicação de interesse público da agência nova/sb, foi atrás do assunto mobilidade nas redes sociais para entender o que os usuários de internet pensam, noticiam e opinam sobre este assunto no universo digital.

A leitura do dossiê revela comportamentos tão previsíveis (o desejo por carros) quanto criticáveis do ponto de vista da sustentabilidade (a defesa do uso do transporte individual). Veja a seguir oito pontos relevantes entre as centenas de conclusões que podem ser tiradas da mineração de quase 400 mil menções surgidas nas redes em dois meses, de 5 de agosto a 5 de outubro de 2016:

    • 1 – Quase 44% dos usuários que tocaram nos temas da mobilidade nesse período rechaçam o uso do transporte coletivo e incentivam o uso do transporte individual.
    • 2 – De cada quatro comentários sobre carros ou motos, um é de alguém que deseja comprar um veículo.
    • 3 – Na nuvem de termos sobre transporte individual, as palavras que mais aparecem são “carro” e “quero”.
    • 4 – Entre os temas mais falados sobre a cultura do transporte individual, estão  “acidentes” (60%), “congestionamentos” (quase 14%) e “indústria da multa” (9%).
    • 5  – 60% das pessoas consideram a multa algo positivo e somente 21%, algo negativo.
    • 6 – O maior problema sobre o transporte público é a lotação dos ônibus, mencionada por 58% dos usuários.
    • 7 – A bicicleta é a queridinha das redes com 83% de sentimento positivo.
    • 8 – Em relação à acessibilidade, o sentimento de que algo precisa mudar é positivo em 93%, mas 43% dos usuários que tratam desse tema contam alguma história negativa sobre o acesso de deficientes ao sistema público de transporte.

De fato, estrutura inadequada, trânsito lento, transporte público de péssima qualidade e abrangência, ausência de formas alternativas de locomoção e falta de segurança, para pedestres e motoristas, estão entre os problemas enfrentados todos os dias por brasileiros, principalmente aqueles que vivem nas capitais e maiores centros urbanos.

Com todos esses problemas, é fato que ainda temos muito a avançar para atingirmos um nível aceitável na mobilidade urbana. Porém, para além das responsabilidades do poder público, quais serão as percepções dos brasileiros sobre o tema? Como o cidadão médio vê essa questão? Será que essa visão está de acordo com o que de fato é necessário para a melhoria da mobilidade em nossas cidades?

 

Na ponta do lápis, ao todo, foram analisadas 397.932 menções nas redes, sobre os temas relacionados a transporte público, problemas estruturais, cultura do transporte individual, bicicletas e ciclovias, pedestres, entre outros.

De maneira geral, os resultados mostraram que uma forte cultura do transporte individual ainda predomina por aqui, com o desejo de possuir um carro muito presente entre os brasileiros, o que vai contra a ideia de priorização do transporte coletivo e alternativo como forma de melhorar a mobilidade como um todo.

Outros modais de transporte não são vistos como válidos, como, por exemplo, o fato de a maioria das pessoas ainda ver as bicicletas mais como uma fonte de lazer ou saúde do que propriamente de mobilidade, mostrando uma visão peculiar dos brasileiros em relação ao tema. Além disso, ficou evidente uma avaliação em geral negativa do transporte público, evidenciando a necessidade de mais investimentos para a área. Confira o dossiê na íntegra aqui.

Dossiê Intolerâncias nas Redes

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Durante três meses – de abril a junho de 2016 – o Comunica Que Muda (CQM), uma iniciativa da agência nova/sb, monitorou dez tipos de intolerância nas redes sociais, em relação à aparência das pessoas, às suas classes sociais, às inúmeras deficiências, à homofobia, misoginia, política, idade/geração, racismo, religião e xenofobia.

Toda vez que alguma palavra ou expressão referente a um desses assuntos aparecia em um post do Facebook, do Twitter, do Instagram, de algum blog ou comentário em sites da internet, este post era recolhido e analisado pela equipe do CQM, com ajuda de um software de monitoramento, o Torabit.

Foram analisadas nada menos do que 393.284 menções, e o resultado é acachapante. Nos dez temas pesquisados, o percentual de abordagens negativas está acima de 84%. A negatividade nos temas que tratam de racismo e política é de 97,6% e 97,4%, respectivamente, quase empatados. Ou seja, os comentários positivos, ou neutros, sobre esses dez temas nas redes são diariamente encobertos por uma torrente de comentários negativos. Clique aqui para ver o dossiê na íntegra.

Desafio Comunica Que Muda

nova/sb selecionou 9 estudantes para fazer parte da equipe do ComunicaQueMuda.

Trata-se de uma iniciativa de comunicação digital que aprofunda a discussão sobre temas polêmicos e de grande impacto público, como o da descriminalização da maconha.

Para isso, desafiamos estudantes e jovens profissionais a inscrever uma ideia sobre como comunicariam essa eventual mudança, seus prós e contras, para os pais, os professores e a sociedade.

Mas atenção: estamos falando de descriminalização, não de legalização, entenda a diferença neste infográfico do Jornal Zero Hora aqui).

As ideias (um texto curto, vídeo, roteiro, ilustração ou outro formato) para o desafio deviam vir acompanhadas do currículo até 15/01.  O regulamento abaixo explica o regulamento que os candidatos tiveram que seguir.

Foram 9 vagas remuneradas para trabalhar nesse projeto especial. Além disso, a campanha ainda pode sair nos maiores veículos de comunicação do país!

ComunicaQueMuda segue a tradição pioneira da nova/sb que, em 2011, surpreendeu o mercado de comunicação com o lançamento da nova/batata, a primeira agência pop-up do Brasil. Primeira também no critério de contratação, com estagiários selecionados por suas ideias.

Não importa o tamanho do problema, ComunicaQueMuda!

Regulamento do Desafio

1 – Poderão se inscrever estudantes e profissionais recém-formados (máximo 1 ano de formado), maiores de 18 (dezoito) anos, em quaisquer áreas, sendo que no ato da inscrição o candidato já deverá ter completado 18 (dezoito) anos.

2 – As inscrições poderão ser feitas até o dia 15/01 pelo e-mail desafiocqm@novasb.com.br

3 – Havendo suspensão das inscrições por problemas de acesso à rede de Internet, intervenção de hackers, vírus, manutenção, queda de energia, falha de software ou hardware, bem como por caso fortuito ou força maior, não será devida qualquer indenização ao Candidato, podendo a nova/sb dar prosseguimento aos serviços tão logo haja a regularização do sistema, de forma que não haverá alteração na execução da presente seleção.

4 -Os candidatos deverão enviar currículo e solução de comunicação ao desafio proposto. A solução pode estar em qualquer formato (desde que universal e não ultrapasse 5 Mb) ou link para site externo. O currículo deverá estar em arquivo .pdf, .png ou .jpg.

5 – Serão selecionados 9 jovens, de livre e exclusiva escolha pela nova/sb, em regime free lancer (auxílio de R$ 1.100,00), para o projeto, com duração de um mês e carga horária de 6 horas/dia, sendo que a data de inicio e término do trabalho, assim como o horário e o local, serão definidos única e exclusivamente pela nova/sb.

6 – O resultado será divulgado no dia 29/1/2016. O projeto será realizado durante o mês de março de 2016, podendo este mês ser alterado, a único e exclusivo critério da nova/sb.

7 – Os 9 selecionados serão divididos em 3 trios pela equipe do CQM, de acordo com as experiências e habilidades técnicas, e formarão núcleos de trabalho independentes. Os candidatos que forem selecionados se obrigam desde já a respeitar integralmente as regras e os procedimentos disponibilizados pela nova/sb.

8 – Durante o projeto, os trios acompanharão a produção de um debate público sobre a descriminalização da maconha e, a partir dele, definirão: a) o público a ser atingido; b) meios para atingí-lo; c) o conteúdo a ser trabalhado; d) a forma.

9 – Ao final, as 3 campanhas propostas pelos trios serão apresentadas para que seja escolhida a campanha vencedora.

10 – Será escolhida a que obtiver a maior nota (desde que atinja a nota mínima de 9), dentro da seguinte composição: 30% da nota virá de um pré-teste de pesquisa por meio do Pulso (ferramenta de pesquisa da nova/sb); 30% atribuída por um júri composto por especialistas das comunicações ou da área tema do desafio, júri este a ser selecionado única e exclusivamente pela nova/sb; 40% pela equipe do CQM.

11 – A campanha que tiver atingido a nota mínima de 9, e que obtiver a maior nota, poderá ser divulgada nas redes próprias e mídias sociais da nova/sb, e ainda poderá ser produzida pela agência e veiculada em mídia aberta, caso esta última consiga realizar parcerias com veículos de mídia e produtoras. Se nenhuma campanha atingir a nota mínima, não haverá veiculação nas mídias sociais e redes próprias da nova/sb e nem produção e/ou veiculação de campanha em mídia aberta. Também não haverá produção e/u veiculação da campanha em mídia aberta se a nova/sb não conseguir realizar parcerias para tal fim.

12 – A produção e veiculação da campanha vencedora em mídia aberta será realizada mediante parcerias com veículos de mídia e produtoras parceiras da nova/sb, ficando certo que o prazo para tal veiculação, duração da campanha, exibições, reexibições, território e, ainda, as mídias e meios de veiculação de tal campanha serão definidos única e exclusivamente pela nova/sb. Os candidatos declaram ter total conhecimento, e a nada se oporem, se forem exibidos e divulgados marcas, logos e nomes dos veículos de mídias, produtoras parceiras, empresas apoiadoras e patrocinadoras, dentre outras, sem que qualquer pagamento e/ou quantia seja devida para os Candidatos.

13. Os direitos autorais e patrimoniais incidentes nos trabalhos realizados, inclusive os da campanha a ser produzida, pertencerão única e exclusivamente à nova/sb, não podendo os Candidatos fazerem qualquer reivindicação neste tocante. Os Candidatos ainda têm total conhecimento, e a nada se oporem, se a nova/sb, livremente e a seu exclusivo critério, inscrever a Campanha em concursos, exposições e prêmios, dentre outros, sem qualquer interferência e/ou pagamento para os candidatos.

14 – Os Candidatos se obrigam a: (i) não prestar declaração a veículos de comunicação de qualquer natureza; (ii) não divulgar assuntos internos que, porventura, venham a conhecer em decorrência de sua participação na seleção, no Projeto e/ou na produção da Campanha, sob pena de responderem por perdas e danos.

15 – Os Candidatos se responsabilizam por si por eventuais danos, morais e/ou materiais, que suas participações possam causar a terceiros, bem como isentam a nova/sb de toda e qualquer responsabilidade sobre possíveis danos morais ou materiais que possam experimentar em decorrência de suas participações.

16 – Cada um dos Candidatos autoriza gratuitamente, em caráter exclusivo, irrevogável, irretratável, definitivo e universal a divulgação de seu nome, imagem e voz e demais características pessoais na seleção, no Projeto, na produção da Campanha e em tudo mais que envolver os trabalhos realizados durante os serviços prestados, podendo a nova/sb, a seu exclusivo critério, diretamente ou através de terceiros por ela autorizados, utilizar todo material criado em decorrência dessa Seleção, do Projeto e dos serviços a serem prestados e ainda sobre a campanha a ser produzida livremente, bem como seus extratos, trechos ou partes, podendo, exemplificativamente, adaptá-los para fins de produção de obras audiovisuais novas, obras audiovisuais para fins de exibição em circuito cinematográfico, obras literárias, peças teatrais e/ou peças publicitárias, bem como utilizar a imagem e som de voz do Candidato para produção de matéria promocional em qualquer tipo de mídia, inclusive impressa, seja para fins de divulgação do Projeto e/ou da Campanha, para a composição de qualquer produto ligado aos mesmos (tais como a, mas não limitados, capas de CD, DVD, Blu-Ray, “homevídeo” e DAT, entre outros), assim como produção do “making of” do Projeto e/ou da Campanha; fixá-los em qualquer tipo de suporte material, tais como películas cinematográficas de qualquer bitola, CD (“compact disc”), CD ROM, CD-I (“compact-disc” interativo), “homevídeo”, DAT (“digital áudio tape”), DVD (“digital vídeo disc”), Blu-ray e suportes de computação gráfica em geral, ou armazená-los em banco de dados, exibi-los através de projeção em tela em casa de frequência coletiva ou em locais públicos, com ou sem ingresso pago, transmiti-los via rádio e/ou televisão de qualquer espécie (televisão aberta ou televisão por assinatura, através de todas as formas de transporte de sinal existentes, exemplificativamente UHF (Ultra High Frequency), VHF (Very High Frequency), cabo, MMDS (Serviços de Distribuição Multiponto Multicanal), IPTV e satélite, bem como independentemente da modalidade de comercialização empregada, incluindo “pay tv”, “pay per view”, “near vídeo on demand” ou “vídeo on demand”, independentemente das características e atributos do sistema de distribuição, abrangendo plataformas analógicas ou digitais, com atributos de interatividade, ou não); comercializá-los ou alugá-los ao público em qualquer suporte material existente, promover ações de merchandising ou veicular propaganda, bem como desenvolver qualquer atividade de licenciamento de produtos e/ou serviços derivados do Projeto e/ou da Campanha, disseminá-los através da Internet, mídias sociais, mídias interativas e/ou telefonia, fixa e/ou móvel, circuito interno, ceder os direitos autorais sobre a Campanha e/ou sobre todo e qualquer material criado para qualquer espécie de utilização, ou ainda dar-lhes qualquer outra utilização que proporcione à nova/sb qualquer espécie de vantagem econômica.

17 – Nenhuma dessas utilizações previstas anteriormente tem limitação de tempo ou de número de vezes, podendo ocorrer no Brasil e/ou no exterior, sem que seja devido ao Candidato qualquer remuneração ou compensação.

18 – A autorização ora concedida pelo Candidato para a nova/sb entra em vigor no ato da inscrição do Candidato e, assim, perdurará por todo o prazo de proteção da obra audiovisual. Entende-se por prazo de proteção legal da obra aquele estabelecido na Lei 9.610/98.

19 – O Candidato declara e garante para a nova/sb que sua participação na seleção e/ou no Projeto e/ou ainda na eventual produção da campanha não violará nenhum direito de propriedade intelectual ou de imagem de terceiros, respondendo civil e criminalmente em caso de eventual violação e isentando a nova/sb de toda e qualquer responsabilidade por violação de direitos de terceiros.

20 – A nova/sb reserva para si o direito de modificar, alterar e/ou cancelar qualquer item do presente Regulamento e a dar divulgação ao mesmo da maneira que julgar conveniente.

21 – Os casos omissos por este Regulamento serão decididos pela nova/sb, sendo tal decisão soberana e irrecorrível.

22 – A participação na seleção, no Projeto e na eventual produção da campanha não está condicionada a nenhuma modalidade de álea ou pagamento pelos Candidatos, nem está vinculada à aquisição de nenhum bem, direito ou serviço.

23 – A nova/sb poderá, a seu exclusivo critério e a qualquer tempo, suspender e/ou cancelar definitivamente a seleção, o Projeto e/ou a eventual produção da Campanha, sem que seja devido ao Candidato qualquer compensação.

24 – A nova/sb reserva-se ao direito de, a qualquer momento, excluir da seleção e/ou do Projeto e/ou da eventual produção da Campanha, o(a) candidato(a) que não observar as disposições do presente regulamento e/ou contrariar as regras. Ficará a critério da nova/sb a escolha do conteúdo que será exibido, integral ou parcialmente.

25 – O presente Regulamento será regido e interpretado pelas leis brasileiras, ficando eleito o Foro Central de São Paulo para dirimir eventuais dúvidas oriundas do presente, com renúncia de qualquer outro, por mais privilegiado que venha a ser.